Você sabia que exercícios físicos regulares trazem benefícios na redução do progresso e até atraso no surgimento da demência de Alzheimer?

Exercícios físicos sempre foram sinônimo de saúde. Previnem osteoporose, fortalecem o sistema imunológico, diminuem riscos de doenças do coração, ajudam a controlar o peso, auxiliam na produção de serotonina, aceleram o metabolismo (guarde essa informação), etc etc etc…

Além dos benefícios físicos, também eram observados benefícios ao encéfalo. Já há algum tempo, exercícios eram recomendados para pessoas com comprometimento cognitivo leve, por comprovações empíricas. Mas até então não se tinha conhecimento dos mecanismos de efeitos dentro do cérebro. A recomendação era de, pelo menos, uma hora de exercício, três vezes por semana, não apenas para manter o corpo saudável, mas também para manter o cérebro in check.

Causadores do Alzheimer

Cientistas há algum tempo descobriram que um dos principais causadores da demência de Alzheimer é o acúmulo de proteínas tóxicas no cérebro (a beta-amiloide e a proteína Tao).

A beta-amiloide é uma proteína que se desprende do neurônio e, quando acumulada em grandes quantidades, cria uma placa senil. Gradualmente, essas placas senis vão aumentando a quantidade e dificultando o funcionamento saudável das sinapses.

Já a proteína Tao, uma proteína que é responsável pela estabilização estrutural dos axônios e dendritos (conexões dos neurônios), também se desprende dessas estruturas, tornando o neurônio sem funcionalidade, pois não tem mais conexões sinápticas com outros neurônios. Com o tempo, esse neurônio sem estimulação acaba morrendo (emaranhado neurofibrilar).

A grande descoberta

Mulher com fones de ouvido descansando após exercício físico

Recentemente, em Fevereiro de 2019, cientistas da Blavatnik Institute da Harvard Medical School lançaram um estudo que pode explicar a influência do exercício e também do jejum no processo de surgimento da demência de Alzheimer.

Lembra no começo do texto que grifei “aceleram o metabolismo”? Olha só:

Os pesquisadores descobriram que as atividades físicas de alta intensidade e também o jejum influenciam diretamente o metabolismo do cérebro. Esse metabolismo acelerado tem a função de limpar o cérebro dessas proteínas que, por algum motivo, não foram metabolizadas corretamente, justamente essas proteínas que tem relação direta com o Alzheimer.

Em outras palavras, o exercício físico auxilia no detox do cérebro, reduzindo a quantidade dessas proteínas tóxicas dentro do encéfalo, e evitando que elas de acumulem e causem disfunções cognitivas. Consequentemente, há um adiamento do surgimentos dos sintomas, ou a redução do progresso da doença.

A vantagem desta descoberta é que não precisamos esperar pelo desenvolvimento de uma droga para combater o Alzheimer. Esse novo estudo demonstrou que exercícios físicos de alta intensidade ou 12h de jejum podem naturalmente induzir o processamento celular que resulta na eliminação dessas proteínas tóxicas, prevenindo ou retardando o aparecimento do Alzheimer.

Pessoas correndo uma maratona. Uma delas está com ambos os braços levantados, fazendo um sinal de V com as duas mãos

Mas calma lá! Antes de mais nada, é preciso conversar com o seu neurologista. Cada caso deve ser avaliado de forma individual. E essas recomendações de exercícios físicos e jejum devem ser orientadas de perto por um profissional qualificado. Não vai sair amanhã correndo uma maratona de estômago vazio, ok?

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