O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade/Impulsividade é um assunto que vem sendo discutido incessantemente na atualidade. É um transtorno que atinge não só a criança em sua funcionalidade no dia a dia, mas também a dos pais, que veem sua dinâmica familiar sendo alterada diariamente. E é importante saber lidar com essas questões dos seus filhos, afinal de contas, eles dependem dos pais para um desenvolvimento saudável!
Como posso reconhecer uma criança com TDAH?
Existem alguns indicativos observados em casa que podem apontar para uma suspeita. Ficou confuso? Explico:
Em algumas crianças, os desvios comportamentais são tão evidentes e interferem tanto em sua funcionalidade que se torna claro que a criança necessita de intervenção. Por exemplo: a criança que não para em momento algum, mesmo em sala de aula, e acaba não aprendendo de forma satisfatória, já possui um prejuízo no aprendizado e necessita de uma investigação.
Mas ainda assim, o diagnóstico deve ser feito por profissionais qualificados. A função dos pais é verificar se o filho está “funcionando” adequadamente. Percebe como eu uso a palavra “funcionalidade” várias vezes? Isso é um dos indicativos mais importantes para se procurar ajuda profissional: quando o seu filho não está desempenhando as tarefas que são esperadas para a sua faixa etária. E isso não se restringe somente ao TDAH.
Portanto, nada de diagnósticos caseiros, ok?
Mas o que eu, como pai ou mãe, posso observar em casa?
Existem alguns indicativos que podem levantar suspeitas. A primeira dela é a funcionalidade, como citei acima. Ela não desempenha as tarefas que ela deveria estar fazendo, em casa, na escola, na casa da vó, e em outros lugares de convívio da criança.
Uma outra característica é o aspecto comportamental da criança. Existem hoje três subtipos:
- Predominantemente desatenta: a criança que apresenta comportamentos desatentos. Não presta atenção a detalhes ou comete frequentes erros por desatenção, não ouve quando outros falam com ela…
- Predominantemente hiperativa/impulsiva: a criança que apresenta comportamentos hiperativos/impulsivos. Levanta-se com frequência durante a aula ou em outras situações em que deveria estar sentado, balança constantemente as mãos ou os pés, ou fica escorregando na cadeira, tem comumente dificuldade de brincar sossegada ou de se ocupar de modo tranquilo em atividades de tempo livre.
- Combinada: a criança apresenta comportamentos tanto desatentos quanto hiperativos/impulsivos.
Estes comportamentos devem ser vistos, necessariamente em pelo menos dois ambientes de convívio da criança, como em casa e na escola.
Mas ainda assim é preciso ter muito cuidado. Nem sempre quando uma criança apresenta esses comportamentos significa dizer que estamos diante de um caso de TDAH. Esses sintomas podem aparecer em outros quadros clínicos, ou até mesmo por uma questão ambiental ou emocional que a criança está passando. Estamos falando, as vezes, de exigências escolares exageradas ou baixas, condutas de oposição, ou até mesmo causada por medicamentos! Por isso o olhar multiprofissional é essencial nesse processo.
E como se dá o diagnóstico?
O diagnóstico de TDAH é baseado em uma investigação multiprofissional, que envolve não apenas indicativos comportamentais, mas também cognitivos e funcionais. E é aí que entra a psicologia. É através de uma Avaliação Neuropsicológica que o psicólogo vai avaliar o perfil de desempenho cognitivo aliado aos indicadores comportamentais e disfuncionais da criança podendo assim um diagnóstico ser traçado.
Mas, lembra que falei sobre um diagnóstico multiprofissional? O médico também tem participação neste processo, e o olhar clínico da medicina é essencial por trazer o olhar biológico para a criança, coisa que nós da psicologia não temos tão aprofundado quanto eles.
Buscando mais informações
A Associação Brasileira do Déficit de Atenção é uma associação de pacientes, sem fins lucrativos, fundada em 1999, com o objetivo de disseminar informações corretas, baseadas em pesquisas científicas, sobre o TDAH. Oferecem também suporte a pessoas com o transtorno e aos familiares através de grupos de apoio, atendimento telefônico e postagens de conteúdos atualizados. Dá uma conferida!
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