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Dietas podem preservar funções cognitivas
Você sabia que algumas dietas podem preservar funções cognitivas? Sabemos que uma dieta balanceada é um dos ingredientes principais para uma vida saudável e longeva. Mas as dietas são muitas vezes negligenciadas, ou encarada como “segunda-feira eu começo”.
Recentemente, um trabalho publicado na revista Alzheimer’s and Dementia, com a análise de dados de dois grandes estudos sobre doenças oculares, descobriu que certos alimentos são relacionados com a alta funcionalidade cognitiva, bem como são fatores importantes na redução do declínio cognitivo.
O estudo
Os pesquisadores examinaram o efeitos de nove componentes da dieta mediterrânea na cognição. A dieta teve como base o consumo de frutas in natura, vegetais, grãos integrais, oleaginosas, peixes e óleo de oliva, aliado à redução do consumo de carne vermelha e álcool.

Os participantes com maior aderência à dieta mediterrânea apresentaram o menor risco de prejuízos cognitivos, com destaque para o alto consumo de peixe e vegetais.
Os pesquisadores apontaram que as diferenças numéricas entre os dois grupos não são grandes o suficiente para demonstrar diferenças de funcionalidade no dia a dia. No entanto, analisando a população como um todo, os efeitos dessa dieta claramente apontam que cognição e saúde neural se beneficiam com dietas.
Os autores do trabalho ainda descobriram que participantes com o gene ApoE, relacionado com risco maior de doença de Alzheimer, apresentaram desempenho cognitivo pior ao comparado com pessoas sem o gene. No entanto, aderindo à dieta mediterrânea, foi constatado que as pessoas com o gene também tiveram uma melhora em seu desempenho cognitivo, indicando que os benefícios da dieta mediterrânea não são influenciados por questões genéticas.
Outros estudos
Um outro estudo de 2018, realizado por pesquisadores italianos do Instituto Neurológico Mediterrâneo de Neuromed, em Pozzilli, identificou uma queda de 25% da mortalidade.

Foram observados 5 mil idosos moradores da região de Molise em um período de 10 anos, e comparados com indivíduos de mesma faixa etária de outros países, totalizando cerca de 12 mil pessoas. E os resultados foram surpreendentes: quanto mais próximo da dieta mediterrânea, menores eram os riscos de mortalidade.
Este mesmo estudo também identificou que os benefícios dessa dieta são observados nas pessoas que a seguiram durante toda a vida, bem como em quem começou a segui-la na velhice. Então não tem desculpa, ok?
Em um terceiro artigo publicado em 2015, com base em pesquisas de artigos publicados entre 2004 e 2014 indicou o papel da dieta mediterrânea na saúde cognitiva: atraso do declínio cognitivo, redução do risco de déficit cognitivo leve, redução do risco de conversão em doença de Alzheimer, e também o alívio sintomático da doença. É considerada, então, uma estratégias preventiva eficaz e com baixos custos, com poucos efeitos colaterais.
No ano passado fiz uma outra postagem explorando os benefícios do exercício físico como prevenção da demência de Alzheimer. Dá uma conferida aqui!
Até a próxima!
A parentalidade nos dias de hoje
A parentalidade pode ser uma tarefa bastante difícil. O papel que o pai e/ou a mãe exercem no desenvolvimento de uma criança é muito importante, e pode ser uma experiência bastante desafiadora, especialmente para os pais de primeira viagem.
E esse é um assunto que frequentemente encontro em consultório: qual é a conduta disciplinar que os pais devem aplicar em seus filhos. Ou seja, qual a conduta correta a ser adotada quando meu filho se comporta mal?

Modelos antigos de parentalidade
Sabemos que a geração de pais de hoje cresceu com uma outra realidade sobre a parentalidade: a do chinelo e a da cinta.
Na nossa infância (e eu me incluo nessa estatística), era muito comum ouvirmos ou até sermos vítimas das surras disciplinares dos nossos pais. Naquela época, achava-se que era o método que dava resultados, e ele era replicado pelas gerações. Não me entendam errado, nossos pais faziam isso não por maldade, o faziam porque era a maneira que eles aprenderam a lidar com esse problema.
Na prática, esse modelo surtia efeito apenas no momento da intervenção. “A punição pode produzir a paz que os pais desesperados necessitam, às custas dos inevitáveis efeitos colaterais – mas não oferece à criança qualquer caminho alternativo de ação, nenhum caminho para adaptar-se construtivamente”.
Mas hoje encontramos pesquisas sobre parentalidade que vem sendo feitas desde o final do século passado, e apontam para uma nova visão.
Novas pesquisas
Segundo a pesquisadora Elza Maria Canhetti Mondin, as práticas educativas parentais não devem pautar-se pela educação autoritária, nem por uma adoção de práticas permissivas, pois ambos podem representar um grande perigo ao desenvolvimento psicológico da criança.
“Crianças maltratadas tendem a ser retraídas, a ter pouca autoestima e a mostrar padrões reativos de hostilidade e agressividade”. Em crianças cujo comportamento agressivo já se observa na primeira infância, podem posteriormente progredir para agressividade e sintomas de problemas comportamentais no período escolar, se tornando ainda mais sérios na adolescência, emergindo como violência interpessoal e violações de propriedade.
Da mesma forma, “pais com pobre disciplina e fraco monitoramento dos filhos podem fazer com que estes não desenvolvam habilidades básicas necessárias, e apresentem baixa autoestima e condutas antissociais.
Por não exprimirem respostas apropriadas no manejo das situações no contexto familiar, essas crianças passam a ser rejeitadas na família. Ao participarem de outros contextos sociais, como não aprenderam a interagir de forma apropriada, não conseguem estabelecer relacionamentos produtivos no contexto geral, sendo novamente rejeitadas”.
Então o que fazer?
Como alternativa, a autora traz que há indicação de condutas parentais consideradas positivas e protetoras do desenvolvimento:
- Condução calorosa, demonstrando a aceitação da criança, a sua valorização pessoal, além do apoio às suas iniciativas;
- Encorajamento ao desenvolvimento de competência sociais;
- Frequência de interações mais positivas do que aversivas;
- Modelos apropriados de pais que favoreçam a identificação das crianças com eles;
- Incentivo ao desenvolvimento da autonomia, como a capacidade de fazer escolhas e da promoção da autodireção;
- Aplicação de métodos racionais e verbais de disciplina;
- Minimização de brigas e agressões entre os familiares.
E estes são apenas alguns exemplos de ações de parentalidade assertivas e positivas. Procure sempre ser justo e se proponha a dialogar com a criança. Caso seja necessário intervir disciplinarmente, explique o motivo da intervenção, e faça a criança entender o que ela fez errado.

E lembre-se que a abordagem parental também deve ser diferente entre crianças e adolescentes. Mas isso é assunto para um outro artigo.
Depressão na infância e na adolescência
Com os números de depressão e suicídio crescendo cada vez mais na infância e adolescência, cresce a preocupação com essa faixa etária no que compete a saúde mental.
Uma população que até então era vista apenas pelos transtornos do neurodesenvolvimento, hoje algumas crianças e adolescentes vivem em condições de pressão e de abandono que contribuem para esse quadro.
E com certeza é aterrorizante para os pais pensarem que eles podem deixar escapar sinais de um quadro depressivo em seus filhos.
Em alguns momentos estamos tão atarefados e centrados em nossos próprios problemas que os sinais podem passar despercebidos. Sem contar o distanciamento que, em alguns lares, pode se tornar mais evidente em lares com adolescentes, em razão de sua já conhecida e esperada rebeldia jovem.

Mas você, como pai e mãe, saberia detectar um possível quadro depressivo no seu filho?
Foi justamente essa pergunta que o C.S. Mott Children’s Hospital fez à pais em uma enquete nacional. E o resultado é preocupante.
A enquete
Segundo a pesquisa, 42% dos pais tem alguma confiança que observariam sinais de um quadro depressivo em seus filhos, enquanto que 48% certamente observariam. Apenas 10% não tem confiança nessa observação.
Essa pesquisa ainda apontou alguns dados que são considerados fatores de risco:
- Um em cada quatro pais informaram que seus filhos conhecem colegas com depressão;
- Um em cada 10 pais informam que seus filhos conhecem algum colega que se suicidou;
- Sete em cada 10 pais entendem que a escola deveria avaliar quadros depressivos em crianças.
No entanto, dois terços desses pais citaram barreiras existentes na relação que dificultariam essa identificação.

A maior preocupação dos pais é saber diferenciar entre altos e baixos da vida e quando é um quadro depressivo (40%). Já 30% dos pais relataram que possivelmente os jovens podem estar cada vez mais escondendo seus sentimentos. 14% revelaram que não conversa muito com seus filhos a respeito de emoções e sentimentos. 7% revelaram que não passam muito tempo com seus jovens, e 4% revelaram que desconhecem sinais de depressão.
É possível então supor que a habilidade de identificar um quadro depressivo nos filhos pode não ser tão efetiva quanto os pais pensam?
O que pode ser feito hoje para mudar isso?
Como sociedade, até hoje temos dificuldades em interagir com os nossos sentimentos. Você já passou por uma situação em que você não conseguia descrever o que estava sentindo, e só conseguiu verbalizar com “um aperto no peito”?
Isso pode ser um sinal que não sabemos exatamente o que estamos sentindo, e trazemos uma característica física para o nosso sofrimento psíquico.

Então como pais, a primeira coisa é conversar sobre os sentimentos. Entender o que e como sentimos o que sentimos. Desta forma, não apenas a identificação de sintomas se torna mais fácil, mas contribui para a saúde mental da criança e dos pais no futuro.
Converse e desmistifique a depressão: Se os pais, adultos, as vezes conhecem pouco sobre a depressão, imagine crianças e adolescentes que tem outras preocupações na cabeça. Compartilhe suas próprias experiências de ansiedade ou depressão, e mostre como você entende o sofrimento deles, e peça que eles compartilhem as deles, ajudando a identificar esses momentos. Mostre a eles que sempre há ajuda e esperança.
E se eles não falam comigo?
A depressão possui diversos sintomas na infância e na adolescência. Algumas crianças resolvem se afastar dos colegas e passam mais tempo sozinhas. Elas podem até parecer tristes.
Mas algumas delas apresentam comportamento agressivo ou irritado. E com isso, a comunicação entre pais e filhos pode se tornar complicada.
Portanto, em situações como essas, o importante é não dar pouca importância. Aquele silêncio ou aquela birra pode, muitas vezes, ser um pedido de ajuda.
Esteja sempre presente e sempre disponível para eles, e mostre que essa conexão estará sempre presente.
E na dúvida, procure um profissional da saúde mental.